segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um dia, ela volta!


Realizo um sonho da minha janela, onde do meu computador eu escrevo, fumo um cigarro, um sonho velho a ser realizado, e olho a beleza da lua.
Vendo o balé das nuvens, o protagonismo das estrelas e o canto do grilo, me sinto uma poetiza a me encantar com as peripécias da vida, depois de uma longa, longa viagem pra dentro, lá no fundo, lá em baixo, quase que tão superficial.
Encontro à angústia de não saber as respostas, e uma folha em branco me diz que a vida há de ser mudada, que de se reinventar um jeito de não ser uma heroína tão só, tão covarde. Que papel lindo dar-se-a a uma heroína que a tudo encontra respostas e palavras como uma mera espectadora da vida, vendo esta passar, cheia de onipotência tão adjunta á um conjunto de respostas dogmáticas.
Hoje é lindo não saber porque estou aqui, hoje é lindo dizer que não sei, e que posso errar, recomeçar, e quantos “r´s” eu quiser dar como um substantivo.
A essa falta que começou em mim...de me esconder do mundo...eu não bebo e não fumo. Hoje eu fumei, bebi cerveja, toquei flauta e disse um não! eu não consigo fazer isso em meio a tantos pensamentos dos quais tento me equilibrar ao enquanto há um turbilhão de idéias postas, do tipo, eu vou fazer isso, aquilo. É difícil responder a mim mesma...respira, calma, não é tão fácil assim de caminhar sozinha, ainda que seja a favor do vento que inspira e respira.
Não tenho disposição ainda para reinventar as palavras, que sempre foram prontas as interrogações, mas vejo daqui de baixo, pequeninha, que tanta coisa realmente não tem explicação. Conheço apenas este teclado do qual escrevo, este do qual tantas vezes escrevi coisas pensando estar tão certa!
De cima para baixo, a descida é grande, ainda mais quando encontro um motivo para descer, do salto, da alma, do sentimento, do choro que pode trazer a calma.
Ainda sim, procuro entender por quais razões existem os porquês, por qual motivo, sempre quero ganhar. De cima de um penhasco a vida grita esperando para dizer, se joga nesta cama que você pensa ser elástica. Cai neste buraco que você está agora e aprenda a ser mais humilde! Sobreviva a este capitalismo que te afoga em onipotência de tudo eu tenho; deixa que eu faço; eu gosto das coisas certas, milimetricamente certas, sem dar espaço, sem dar voz ao mínimo erro, por não gostar de errar. (Quando escrevo que erros são lindos, foi mais uma forma de racionalizar um resposta certa, que não caiu onde deveria ser plantado, mas sim, estavam presos a minha cabeça insana de não entender uma arte que a vida me ensinou em poucos dias). Todo mundo é assim, virgula...eu mais ainda? Mentira! Descubro neste “respira”, a força de me sentir um pouco mais gente. Gente que não consegue chorar, mas que está aprendendo a “nascer, depois levantar a cabeça, engatinhar”, e cobrar uma postura sóbria de algo que possui tanta essência, tanta verdade. Verdades fadadas de mentiras sobreposta sobre a mesa, com tão poucas cartas, blefando para ganhar nesta vida amargurada, angustiante, mas que hoje quer ser cheia de aprender essência, de reinventar as palavras que nunca foram ditas, de não dizer respostas prontas, e sempre, sempre, respirar as vogais, o refrão, vomitar o nó na garganta, sem reinventar artimanhas para dizer que não consegue chorar.
Tudo isso é compensação de covardia, dessa covardia que hoje eu desejo ter pra ser mais gente, me achar menos inteligente, e menos, pequena, miúda, e subir pro alto, sem ter medo de errar, de me atirar, e que esta seja a verdade que eu trouxe de lá, em horas contadas para chegar, sonhos agredecidos por se realizar, e amigos para poder me orientar.
Aguarda menina esse silêncio doce de angustia, que ele te traz paz...adormece em teus próprios braços, em teus próprios cheiros, em teus tão próprios medos escondidos atrás da cada da sinceridade covarde. Acorda, encara o mundo com as duas pernas, atravesse os rios quantas vezes for preciso, não pare de tentar chorar, pare de tentar responder, para, pare, respira, respira, respira, pra tirar a resina que teu coração machucado e impotente te fixou.
Corre, corre para “encontrar no final do arco-íris um pote de ouro disfarçado de merda!” Se lambuza, se suja, mete a mão e mistura tudo, dorme sem tomar banho, sem teus cheiros, só com o teu abraço, porque essa angústia é a que te liberta!

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